República do Sonho
onde a ilusão do medo se perdeu...
domingo, 14 de junho de 2009
Amanhecer
Outra vez
amanhece
pudesse ver a luz
que no meu peito reaparece
até parece
o milagre da vida
que surge numa prece
do ateu
que sempre fui
de esperanças refeito
quase a acreditar
que num sorriso renascerá
uma cor diferente
do cinzento evidente
nestes tempos desbotados
nestes momentos desamparados
sem glórias
nem vitórias
apenas memórias
de sonhos refeitos
de outros sonhos desfeitos
nunca terminados
mil vezes iniciados
entre tantas desistências
em meio a tanta violência
de vozes silenciadas
no princípio do canto
mais que perfeito
mais que sentido
e meu
de pleno direito.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Amigos
Os amigos
são o resultado
das sementes
plantadas
no planalto onírico
inacessível
aos pensadores do momento
longe dos incrédulos
da paz
para quem
a vida se resume
aos resultados
medidos
pelos fracassos obtidos
na difícil arte
de viver feliz
num eterno estado
incompleto
onde o real
não vê
não se percebe
na ténue expressão
concreta
que não passa de ilusão
a superar
na opção pelo imaginário
liberto
discreto
sentido na essência
na pureza da vivência
em plena latência
da inocência
preservada no olhar
no corpo de luzes
no doce sorriso
da criança
que regressa
quando o abraço
do amigo
é verdadeiro.
sábado, 1 de setembro de 2007
Viagem onírica
O sonho a conduzir o destino
O sonho pressuposto do destino
O sonho na cabeça do menino
Que insiste em ser adulto
Que insiste no indulto
De manter o desejo oculto
O desejo que morde a esperança
De manter sempre criança
Esta certeza que dança
Na cabeça, no coração
Embalada na canção
Despertada na emoção
De sentir a vibração
Do orgasmo emudecido
Tantas vezes reprimido
Mas sempre sentido
No seu ego dividido
Pela vida intempestiva
Poucas vezes festiva
Outras vezes repulsiva
Mas sempre compulsiva
Na certeza impulsiva
Na pretensão esmagadora
De ser a sedutora
Da visão reveladora
Da verdade arrebatadora
Que tornaria prometedora
A criança sonhadora
Que seria feliz
No seu sonho escrito a giz
Que voou
Que voou
No seu sonho escrito a giz
Que seria feliz
A criança sonhadora
Que tornaria prometedora
Da verdade arrebatadora
Da visão reveladora
De ser a sedutora
Na pretensão esmagadora
Na certeza impulsiva
Mas sempre compulsiva
Outras vezes repulsiva
Poucas vezes festiva
Pela vida intempestiva
No seu ego dividido
Mas sempre sentido
Tantas vezes reprimido
Do orgasmo emudecido
De sentir a vibração
Despertada na emoção
Embalada na canção
Na cabeça, no coração
Esta certeza que dança
De manter sempre criança
O desejo que morde a esperança
De manter o desejo oculto
Que insiste no indulto
Que insiste em ser adulto
O sonho na cabeça do menino
O sonho pressuposto do destino
O sonho a conduzir o destino
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
O tempo
Quando a procura de um lugar,
de um espaço existencial
se transforma num objectivo
de vida
é como se esta
não fizesse sentido
em si mesma,
é como se esta
corresse em paralelo
com a própria vida
vivida todos os dias
O tempo passa,
encurta a existência…
e
a memória
é prova de que?
Dos tempos vividos
ou
dos momentos perdidos?
Onde estará a neblina?
no tempo passado,
ou
no tempo futuro?
Se está no passado:
é
como se a história
não tivesse
acontecido
Se está no futuro:
é
como se a esperança
se perdesse
na insegurança
do tempo de viver
O que fazer do tempo de agora?
- saboreá-lo,
como
se o amanhã não existisse…
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Cores da vida
Quando penso azul e
brinco em cor-de-rosa
sonho em branco
com o sorriso amarelo
sinceramente vermelho
no peito negro
de fundo cinzento
com o verde ao centro
do meu cérebro descorado
pelo desejo incolor
da fonte transparente
reflectida no lilás
das pupilas incandescentes
dos teus olhos cor-de-nada
principio imaculado
da cor-da-nossa-vida