Os amigos
são o resultado
das sementes
plantadas
no planalto onírico
inacessível
aos pensadores do momento
longe dos incrédulos
da paz
para quem
a vida se resume
aos resultados
medidos
pelos fracassos obtidos
na difícil arte
de viver feliz
num eterno estado
incompleto
onde o real
não vê
não se percebe
na ténue expressão
concreta
que não passa de ilusão
a superar
na opção pelo imaginário
liberto
discreto
sentido na essência
na pureza da vivência
em plena latência
da inocência
preservada no olhar
no corpo de luzes
no doce sorriso
da criança
que regressa
quando o abraço
do amigo
é verdadeiro.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Amigos
sábado, 1 de setembro de 2007
Viagem onírica
O sonho a conduzir o destino
O sonho pressuposto do destino
O sonho na cabeça do menino
Que insiste em ser adulto
Que insiste no indulto
De manter o desejo oculto
O desejo que morde a esperança
De manter sempre criança
Esta certeza que dança
Na cabeça, no coração
Embalada na canção
Despertada na emoção
De sentir a vibração
Do orgasmo emudecido
Tantas vezes reprimido
Mas sempre sentido
No seu ego dividido
Pela vida intempestiva
Poucas vezes festiva
Outras vezes repulsiva
Mas sempre compulsiva
Na certeza impulsiva
Na pretensão esmagadora
De ser a sedutora
Da visão reveladora
Da verdade arrebatadora
Que tornaria prometedora
A criança sonhadora
Que seria feliz
No seu sonho escrito a giz
Que voou
Que voou
No seu sonho escrito a giz
Que seria feliz
A criança sonhadora
Que tornaria prometedora
Da verdade arrebatadora
Da visão reveladora
De ser a sedutora
Na pretensão esmagadora
Na certeza impulsiva
Mas sempre compulsiva
Outras vezes repulsiva
Poucas vezes festiva
Pela vida intempestiva
No seu ego dividido
Mas sempre sentido
Tantas vezes reprimido
Do orgasmo emudecido
De sentir a vibração
Despertada na emoção
Embalada na canção
Na cabeça, no coração
Esta certeza que dança
De manter sempre criança
O desejo que morde a esperança
De manter o desejo oculto
Que insiste no indulto
Que insiste em ser adulto
O sonho na cabeça do menino
O sonho pressuposto do destino
O sonho a conduzir o destino
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
O tempo
Quando a procura de um lugar,
de um espaço existencial
se transforma num objectivo
de vida
é como se esta
não fizesse sentido
em si mesma,
é como se esta
corresse em paralelo
com a própria vida
vivida todos os dias
O tempo passa,
encurta a existência…
e
a memória
é prova de que?
Dos tempos vividos
ou
dos momentos perdidos?
Onde estará a neblina?
no tempo passado,
ou
no tempo futuro?
Se está no passado:
é
como se a história
não tivesse
acontecido
Se está no futuro:
é
como se a esperança
se perdesse
na insegurança
do tempo de viver
O que fazer do tempo de agora?
- saboreá-lo,
como
se o amanhã não existisse…
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Cores da vida
Quando penso azul e
brinco em cor-de-rosa
sonho em branco
com o sorriso amarelo
sinceramente vermelho
no peito negro
de fundo cinzento
com o verde ao centro
do meu cérebro descorado
pelo desejo incolor
da fonte transparente
reflectida no lilás
das pupilas incandescentes
dos teus olhos cor-de-nada
principio imaculado
da cor-da-nossa-vida
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Dimensões relativas
Desejo
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
O medo
expressamente o vazio
usado para preenchimento
o nada assume o todo
a inutilidade tornada útil
ao interesse
de alguns sem interesse
O medo do risco
atravessa a mediocridade
da passividade
a calma da ausência
precede a presença do sonho
a satisfação de quem não sente
é o sono profundo
Entre...
um espaço de isenção
ou de inacção
ou de indiferença
ou de interacção
Entre o preto e o branco
o certo e o errado
a esquerda e a direita
o ganho e a perda
o espaço e a fronteira
O que fará sentido?
como uma fonte de saudades
passadas e futuras
cujo sentido está
numa existência imaginada
no pulsar da massa branca
na confusão emocional
dentro do ventre
da mãe do esquecimento
A dor que sinto
ao não sentir
a impotância
do que, verdadeiramente,
faz sentido...
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Fragmentos
Um brilho lunar
Um estranho sinal
Um sonho calado
Um toque a despertar
Um canto de encontro
Um sono sem repouso
Um som sem retorno
Um orgasmo mudo
Um silêncio revelador
Um momento para falar
Um segundo para pensar
Um decisivo regresso
Um lugar para morrer
Um denominador comum
Um mínimo divisor
Um punhal decidido
Um parâmetro impossível
Um ilusório sentido
Um divagar sem destino
Um estranho ao relento
Um sentimento fora de tempo
Um deslocado argumento
Um difícil testamento
Um grito adiado
Um retorno sem glória
Um homem sem memoria
Um passado forjado
Um desejo furtado
Um presente esquecido
Um cavalo sem crina
Um grande inventário
Um pequeno mistério
Um ponto final.
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Outros tempos
dos tempos
de agora
como serenatas
ruidosas ao luar
É assim a música
do momento
só do momento
sem sentimento
do tempo
em que o tempo
não conta
Cantar o sentir
da música intemporal
é viver momentos
mais que momentos
é viver sentimentos
e deles fazer
o tempo real