domingo, 14 de junho de 2009
Amanhecer
Outra vez
amanhece
pudesse ver a luz
que no meu peito reaparece
até parece
o milagre da vida
que surge numa prece
do ateu
que sempre fui
de esperanças refeito
quase a acreditar
que num sorriso renascerá
uma cor diferente
do cinzento evidente
nestes tempos desbotados
nestes momentos desamparados
sem glórias
nem vitórias
apenas memórias
de sonhos refeitos
de outros sonhos desfeitos
nunca terminados
mil vezes iniciados
entre tantas desistências
em meio a tanta violência
de vozes silenciadas
no princípio do canto
mais que perfeito
mais que sentido
e meu
de pleno direito.
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